Nosso Webinar em parceria com a GMG aconteceu na terça, 28/07/2020. Nele tivemos a oportunidade de explicar o funcionamento mais detalhado de como funciona um bom processo de Gerenciamento de Cores utilizando os Softwares da GMG. No final do Webinar vocês tiveram algumas dúvidas relacionadas a esse processo. Aqui estão as respostas:
P: Se os equipamentos têm a capacidade de medir espectral, por que a maioria dos softwares calcula usando LAB?
R: O cálculo espectral é bastante complexo. Para ter uma ideia, a cor descrita por uma informação em LAB possui apenas 3 coordenadas ao passo que o dado espectral possui no mínimo 16 informações. Para manipular então esses dados espectrais é necessário um cálculo bastante complexo. O segundo ponto em relação aos cálculos espectrais é que, devido ao alto investimento que a GMG envolveu nesta pesquisa para desenvolver este cálculo, a GMG patenteou este tipo de predição, logo é a única que consegue hoje realizar este tipo de matemática. Outros fabricantes até usam dados espectrais na captação da cor, porém convertem para LAB antes de fazer o cálculo, justamente por ser mais fácil de trabalhar, em detrimento de obter informações riquíssimas para previsão de cores como overprints, aumento de densidade, corte de tinta etc. Para a GMG chegar a este ponto de maturação, foram muitos anos de desenvolvimento, pesquisas e energia dentro da sua equipe que conta não apenas com programadores, mas com físicos dentro de sua estrutura de trabalho que são fundamentais no aprimoramento destes cálculos. Existem ainda outras particularidades. A reflexão espectral é diferenciada de acordo com a tecnologia empregada. Uma tinta flexográfica e uma tinta de impressão digital, por exemplo, possuem comportamentos espectrais diferentes. Então este desenvolvimento para chegar a um cálculo espectral eficiente foi bastante relevante para a GMG e por isso que hoje tem a parte de exclusividade protegido por uma patente. Falando então dos equipamentos, todos os equipamentos denominados espectrofotômetros, capturam essa informação de forma espectral que é o dado puro e fazem a sua própria conversão LAB através do software interno. Os softwares externos obviamente podem utilizar o dado espectral, bem como o LAB gerado por estes equipamentos, entretanto se limitam a utilizar o dado em LAB devido a todas as justificativas que elencamos aqui.
P: É possível criar um perfil a partir da leitura apenas de cores chapadas CMYK?
R: O OpenColor é bastante flexível para isso então a partir de um chapado eu já consigo criar um perfil. Entretanto, algumas informações extras são importantes que sejam informadas como por exemplo a curva de ganho de ponto e a cor do papel que desejo simular. É possível também informar ao OpenColor que utilize por exemplo a curva da norma ISO ou extrair essa curva de algum outro material que foi impresso no mesmo equipamento.
P: Deve ser feito um perfil espectral para cada equipamento? E como é feito?
R: Pode ser feito um perfil espectral e utilizar esse perfil duplicando e aplicando o ganho de ponto particular de cada uma das outras máquinas.
R: Considerando a escala pantone, e um mundo perfeito de conversão. Quantas cores pantones podemos fazer com o CMYKOGV, e quantos pantones podemos fazer só com o CMYK?
R: Levando em consideração 1873 cores da Biblioteca Pantone vamos passar um número possível de ser impresso com Delta E igual ou abaixo de 2 (esse número depende de alguns fatores como substrato, qualidade da tinta, ganho de ponto etc.). Com CMYK será possível reproduzir 1280 cores. Com CMYK+OGV será possível reproduzir 1578 cores. Com CMYK+OGB será possível reproduzir 1533 cores. Com CMYK+RGB será possível reproduzir 1541 cores.
P: É possível fazer um perfil para uma Epson p5000 e replicá-lo para a Epson S80600, exatamente com o mesmo resultado de impressão?
R: Sim, utilizando o OpenColor o projeto como chamamos o perfil pode ser replicado ( calculado ) para uma impressora S80600, ou P7000, ou uma 7900 entre outras impressoras de prova, bem como um projeto pode ser replicado para diferentes tipos de impressão, exemplo replicar as cores um projeto de uma impressora Flexográfica em uma impressora HP Índigo por exemplo, ou um projeto de Offset ser replicado em Rotogravura. Com o OpenColor estamos trabalhando com o DNA da cor com os dados espectrais por isso facilmente podemos fazer essas transformações com poucos cliques sem necessitar rodar novos testes em máquina ler testcharts gigantes.
P: Se o meu anilox tiver um desgaste com o passar do tempo eu consigo alterar o meu perfil com o OpenColor para simular esse anilox desgastado sem colocar um testchart em máquina novamente?
R: Sim com o OpenColor é possível, alterar os valores de ganho ponto, valores de densidade, valores do substrato, sem a necessidade de rodar novos testes de impressão.
P: O perfil ICC permite o uso de dados espectrais?
R: O software de criação de perfil até permite que seja realizado a leitura dos dados em dado espectral, entretanto, antes do cálculo para criação do perfil ICC estes dados são convertidos internamente em LAB. Logo, os perfis ICC trabalham com informações em LAB são 3 informações enquanto o dado espectral que é usado no OpenColor possui 31 informações.
P: Trabalho com embalagens flexíveis, como posso reduzir custos na produção do padrão mínimo e máximo?
R: Com o OpenColor, você consegue facilmente simular provas de Padrão, Mínimo e Máximo. Basta informar qual o valor de densidade gostaria de tirar a prova que automaticamente o OpenColor faz o cálculo nessa nova condição, simulando os sólidos, ganho de pontos e sobreposições das cores, CMYK e cores Pantone.
P: Eu consigo estabilidade suficiente em minha impressora offset para simular os pantones com 7 cores?
R: Sim é possível, lembrando que apesar de sua offset estar com 7 cores você pode e deve definir o número máximo de cores que será utilizado para formular uma cor, normalmente se utiliza no máximo 3 cores podendo rodar com até uma ou duas para formular uma determinada cor Pantone quando se está rodando na offset 7 cores. Não porque tenho 7 cores disponível que você irá utilizar as 7 cores para formar uma única cor. Partes diferentes de um impresso utilizarão alguma das cores disponíveis. É possível que, após a separação de cores de um determinando impresso, sejam utilizados por exemplo ainda somente o CMYK, pois não houve necessidade de utilização das 7 cores. Este tipo de definição pela utilização das cores disponíveis pode ser realizado de forma automática, semiautomática ou manual dentro do conjunto de ferramentas que compõem o OpenColor.
P: O OpenColor funciona então como um elemento central onde vários softwares utilizam essas medições espectrais para fazer conversões de cores e provas digitais tanto em papel de prova como no substrato final?
R: Sim, isso mesmo.
P: Então posso fazer um perfil através de um material de trabalho anterior que foi impresso?
R: Sim é possível se tiver alguma escala de cor ou algum ponto onde as cores possam ser medidas.
P: Existe um artigo de 2019 do John Seymour provando que a utilização de delta E para CEP (Controle de processo estatístico de cor) é inviável. Ainda não existe a utilização das curvas espectrais para CEP em lugar algum, correto? Na prática, encontro muita dificuldade no ruído que a printabilidade causa em qualquer modelo.
R: A informação gerada através de DeltaE, analisada de forma isolada de fato não garante a igualdade de cor, pois, por exemplo, o metamerismo não pode ser avaliado medindo DeltaE. Para isso são necessárias outras analises como Índice de Metamerismo (IM), Índice de constância de Cor (CI). A análise e comparação de curva espectral é muito utilizada na elaboração de tintas, porém com os índices mencionados podem também substituir as curvas espectrais como um modelo visual mais prático.
Esperamos que vocês tenham aproveitado a experiência! Agradecemos muito a presença de todos e fiquem atentos que muito em breve prepararemos mais conteúdos.
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